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ALGARVE, Le Midi Portugais, de FULVIO ROITER


Fulvio Roiter (1 Nov 1926 - 18 Abr 2016), italiano natural de Meolo, na região de Veneto (cuja capital é Veneza), foi um dos nomes maiores da fotografia italiana do século XX. Nos primeiros tempos do seu percurso, que começaram nos anos de 1940 e culminaram no final da década de 1960, o fotógrafo destacou-se por um conjunto de trabalhos a preto e branco levados a cabo quer em Itália (Sicília e Umbria), quer na Península Ibérica (Algarve e Andalucía), sempre pautados por grande rigor formal, estético e técnico.

O seu livro Venise à fleur d’eau, publicado em 1954 pela Guilde du livre de Lausanne, foi considerado o primeiro livro italiano de fotografia. Em 1955, na mesma editora, publicou com Pierre Jacquet Ombrie. Terre de Saint-Francois, livro que lhe permitiu receber em 1956 o prestigiado Prix Nadar para o melhor livro de fotografia do ano, atribuído pela Gens d’images. No final de 1959 foi para a Bélgica trabalhar. Aí conheceu Lou Embo, fotógrafa, com quem casou. Da estadia na Bélgica ficou também o livro Bruges (1963, Arcade).

No início da década de 1970 Fulvio Roiter mudou para a fotografia a cores e começou a centrar uma parte da sua atenção no Carnaval veneziano. O fotógrafo alcançou uma nova dimensão de popularidade e prestígio, então fruto de numerosos livros (entre os quais Vivre Venise), bilhetes-postais ilustrados, calendários e outros souvenirs desse mundo único no Mundo. Ainda assim nunca deixou de viajar e fotografar em países como o Brasil, a Turquia, o México, o Líbano, a Tunísia, a Costa do Marfim, o Zaire, o Niger...

Capas de "Algarve, Le Midi Portugais" (W 25.7 cm L 21.8 cm) e "Portugal" (W 30.0 cm L 21.8 cm).

Na primeira metade da década de 1960 (entre 1962 e 1964) Fulvio Roiter visitou Portugal por diversas vezes. Algarve, Nazaré e Madeira foram fotografados detalhadamente e deram origem a dois livros: Portugal (1970, Editions Silva, Zurich), com textos em francês de Suzanne Chantal, e Algarve, Le Midi Portugais (1971, Clairefontaine, Lausanne), com textos em francês de Suzanne Chantal e Jacques Mercanton.

Portugal é um livro com um extenso texto e 96 fotografias a cores, em estampas destacáveis. Suzanne Chantal (ou Suzanne Chantal dos Santos, com nacionalidade portuguesa adquirida por casamento) conhecia bem a ‘metrópole’ e, por isso, pôde alongar-se nas letras.

Algarve, Le Midi Portugais é um livro de fotografia de autor muito mais ‘verdadeiro’, com um ‘sólido’ corpo de 68 fotografias a preto e branco e 14 a cores. Organizado em três temas principais (La mer, La terre et ses gens e Tourisme et vacances) e com um Petit guide de l’étranger, impressiona pelas vistas aéreas a ombrear com as fantásticas imagens documentais e realistas das gentes algarvias. Na verdade, a figura humana, mesmo que fugidia, está quase sempre presente no trabalho algarvio do fotógrafo italiano. Os contrastes vincados entre a luz intensa e as sombras bastante definidas proporcionaram-lhe outra abordagem, cuidadosamente explorada na selecção de imagens feita para integrar uma edição bastante cuidada.

Algarve, Le Midi Portugais do italiano Fulvio Roiter é, sem dúvida, um dos incontornáveis livros de fotografia sobre a região, da década de 1960 e de sempre!

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